Excesso de transparência pode prejudicar a ciência?

Por Lilian Nassi-Calò

A pesquisa científica ganhou na última década maior transparência, credibilidade e abertura com a ampla disponibilização e compartilhamento de resultados e dados básicos em repositórios, discussão aberta em mídias sociais e publicação de pre-prints, avaliação por pares pós-publicação, bem como o envolvimento de vários setores da sociedade no debate científico. Tudo isso é muito positivo e salutar, até que o uso se torne abusivo e pesquisadores sofram assédio ou até mesmo enfrentem ações judiciais pelo simples fato de que suas pesquisas desagradem corporações, grupos de pessoas ou indivíduos isolados.

A comunidade científica promoveu e incentivou a transparência em pesquisa para coibir a falta de reprodutibilidade e a má conduta científica. A autorregulação da ciência permite detectar mais rápida e acuradamente falhas metodológicas, resultados fraudados e conflitos de interesse que podem afetar a credibilidade da descoberta. Entretanto, também abre margem para reações desproporcionais motivadas por simples discordância dos resultados e até mesmo ameaças de violência física e psicológica por grupos opositores, principalmente em temas controversos como mudanças climáticas, organismos geneticamente modificados e vacinação, entre outros.

Um dos pilares da pesquisa científica é a honestidade e idoneidade dos cientistas e das pessoas diretamente envolvidas nesta atividade, como estudantes e pessoal técnico. Entretanto, na tentativa de provar uma hipótese, pesquisadores, consciente ou inconscientemente, podem introduzir vieses no trabalho ou rejeitar certos resultados que não se adequem a sua teoria. O escrutínio abusivo e injustificado, porém, não inclui correções desta natureza, que são perfeitamente cabíveis.

Pessoas e organizações podem discordar de descobertas científicas irrefutáveis, como a teoria da evolução ou o heliocentrismo, por estar em desacordo com suas convicções ideológicas e crenças. Interesses financeiros ou de outra natureza podem desencadear reações classificadas como assédio contra pesquisadores ou instituições, e a comunidade científica deve ser dotada de instrumentos para reconhecer e coibir estas práticas.

Um estudo conduzido por Stephan Lewandowsky1, professor de psicologia cognitiva na Universidade de Bristol, e Doroty Bishop, professora de neuropsicologia do desenvolvimento na Universidade de Oxford, ambos no Reino Unido, apresenta formas de diferenciar assédio de validação da ciência e sugere ações para coibir o primeiro, com base em um simpósio sobre confiabilidade em ciência realizado em 2015 na Welcome Trust, em Londres, que apresentamos a seguir.

A linha que separa o debate saudável do assédio pode ser tênue. Entretanto, há sinais claros que devem ser observados tanto sobre o pesquisador cujo trabalho é contestado, como da parte de quem contesta. Estão em jogo a área de especialidade; a existência de conflitos de interesse; a credibilidade da publicação; a presença de erros prévios e sua gravidade; o equilíbrio entre evidencias errôneas e contra argumentação; resultados anteriormente publicados no tema; transparência na disponibilização dos dados; antecedentes; comportamento anterior frente a críticas; comportamento frente a requisições pela Lei de acesso à informação.

Na visão de Lewandowsky e Bishop, a requisição de mais dados sobre a pesquisa pode ser feita em algumas situações para dar a impressão de que dados importantes foram omitidos. Alternativamente, a requisição de informação que já se encontra amplamente disponível na Internet constitui indicação de assédio orquestrado por opositores. Por exemplo, a indústria norte-americana do tabaco apoiou a criação de leis para aumentar a disponibilidade de resultados de pesquisa sobre o tabaco para retardar ou impedir a adoção de políticas públicas baseadas em evidências. Por sua vez, a Comissão de Ciência, Espaço e Tecnologia do Congresso dos Estados Unidos, crítica de longa data o trabalho sobre mudanças climáticas, intimou especialistas neste tema para prover dados que estavam originalmente disponíveis online.

Nem toda requisição de dados deve ser encarada como abusiva, entretanto, e não deve impedir a disponibilização de dados de pesquisa e o debate dos resultados dentro e fora da comunidade acadêmica. Há casos em que, em nome da confidencialidade de participantes de ensaios clínicos, por exemplo, ou por outro motivo, a totalidade dos dados não pode ser compartilhada. Cientistas devem simplesmente explicar o porque. O pré-registro da metodologia e plano de trabalho de um estudo é uma forma de evitar vieses. Da mesma forma que se exige dos pesquisadores evidências de sua credibilidade, o mesmo deve ser demandado do autor das críticas. Por este motivo, todos aqueles que participam de revisão pós-publicação devem se identificar e pequenas correções e esclarecimentos pós-publicação não devem servir para estigmatizar os pesquisadores. A publicação científica deve ser encarada como um ‘documento vivo’ e parte do progresso da ciência. Em caso de impasse, entretanto, a questão poderá ser mediada por meio de arbitragem independente.

As redes sociais exercem um papel regulatório da ciência ao facilitar o compartilhamento de artigos tão logo são publicados, e incentivar comentários de pares, como ocorreu com a controvérsia sobre a o artigo da Science2 que reportava que uma bactéria poderia sobreviver em um meio sem fósforo, substituindo-o por arsênico em biomoléculas. A comunidade científica refutou rapidamente a teoria por meio de comentários online3 até que experimentos de outros provaram definitivamente o contrário. Por outro lado, redes sociais oferecem uma via para comentários maliciosos ou dotados de viés, aos quais os cientistas se sentem compelidos a responder. Entretanto, tais comentários e críticas devem ser desconsiderados, e as universidades, instituições de pesquisas, periódicos e sociedades científicas tem o dever de orientá-los e apoiá-los. A ampla divulgação do assédio pode ser a solução, como afirmam os autores do estudo, ‘periódicos e instituições podem publicar ameaças de litígio e usar a luz do sol como desinfetante’.

Um assédio online desta natureza, denominado ‘trolling’, ocorreu em agosto de 20154 quando um bibliotecário autor de um blog qualificou o programa SciELO de ‘a favela das publicações’ enquanto publishers de periódicos por assinatura seriam a ‘boa vizinhança’ em publicação científica. Seu autor, Jeffrey Beal, é notório por manter uma lista online de publishers predatórios e por seus comentários tendenciosos e preconceituosos sobre acesso aberto. Seu ataque foi imediatamente refutado5 por editores, pesquisadores e sociedades científicas renomadas de todo o mundo, como a SPARC6, que não apenas reconhecem o caráter inovador e o sucesso do programa como o consideram um exemplo a ser seguido em todo o mundo.

A Lei de Acesso à Informação (Freedom of Information Act) trouxe inegáveis contribuições à transparência das instituições, e requisições feitas em seu nome podem revelar conflito de interesses não revelados, por exemplo, financiamento de pesquisa por laboratórios farmacêuticos. Todavia, a requisição de informação também pode ser usada como forma de assédio. Uma decisão da comissão de informação do Reino Unido em 2013 assegurou os direitos dos pesquisadores contra divulgação de material ou dados incompletos e documentos em processo de redação. Exceção é feita, entretanto, sobre informação de financiamento da pesquisa, a qual deve ser totalmente disponibilizada sob demanda, independente do valor.

A retratação, reservada à constatação de má conduta científica ou erros graves é um instrumento público para comunicar que o artigo em questão foi substancialmente alterado, ou mesmo cancelado. Entretanto, tem havido um aumento de solicitações de retratação por pessoas que não concordam com a conclusão de um artigo. Um caso notório envolveu a Liga Nacional de Futebol norte-americana7, que solicitou a retratação de um artigo que afirmava que lesões cerebrais graves em um jogador falecido haviam sido causadas por repetidas concussões (a conclusão havia sido confirmada por outros estudos). Solicitações de retratação desta natureza não devem ser atendidas e periódicos e sociedades científicas podem torná-las públicas, como medida de proteção. Ademais, as instituições de pesquisa podem apoiar publicamente e oferecer orientação a seus membros em caso de assédio, especialmente em áreas de pesquisa de natureza controversa.

No Brasil e na América Latina casos de assédio a pesquisadores são pouco conhecidos, ao menos publicamente. Pesquisadores de vários países sofreram perseguição política na vigência de regimes autoritários e vários foram exilados ou se exilaram, porém isso não configura assédio científico. Entretanto, um caso peculiar ocorreu na Argentina em 2009 com o biologista molecular da Universidade de Buenos Aires e afiliado ao Conicet, Andrés Carrasco. Carrasco, que faleceu em 2014, publicou evidências sobre efeitos mutagênicos e teratogênicos do glifosato8,9,10, principal componente do herbicida Roundup, fabricado pela Monsanto, e sofreu pesado assédio, inclusive violência física, orquestrado pela multinacional e por profissionais argentinos do agrobusiness. Agências de notícias reportam que Carrasco não foi o primeiro cientista a sofrer represálias por denunciar os efeitos genotóxicos do glifosato.

A pesquisa científica hoje dispõe de maior transparência, legitimidade e credibilidade graças a open data, pre-prints, e pré-registro de metodologia. A comunidade acadêmica deve devotar atenção similar à proteção de pesquisadores e instituições contra ataques, especialmente daqueles envolvidos em pesquisa de temas controversos.

Notas

1. LEWANDOWSKY, S. and BISHOP, L. Don’t let transparency damage science. Nature. 2016, vol. 529, nº 7587, pp. 459-461. DOI: 10.1038/529459a. Available from: http://www.nature.com/news/research-integrity-don-t-let-transparency-damage-science-1.19219?WT.mc_id=SFB_NNEWS_1508_RHBox

2. WOLFE-SIMON F.,et al. A bacterium that can grow by using arsenic instead of phosphorus. Science. 2010, vol. 332, pp. 1163–1166. DOI: 10.1126/science.1197258. Available from: http://science.sciencemag.org/content/332/6034/1163.full

3. HAYDEN, E.C. Study challenges existence of arsenic-based life. Nature. 2012. DOI: 10.1038/nature.2012.9861. Available from: http://www.nature.com/news/study-challenges-existence-of-arsenic-based-life-1.9861

4. VELTEROP, J.A área cercada da ‘boa’ vizinhança da publicação de Jeffrey Beall. SciELO em Perspectiva. [viewed16 February 2016]. Available from: https://blog.scielo.org/blog/2015/08/01/a-area-cercada-da-boa-vizinhanca-da-publicacao-de-jeffrey-beall/

5. Moção de repúdio ao ataque classista do Sr. Jeffrey Beall ao SciELO. SciELO em Perspectiva. [viewed16 February 2016]. Available from: https://blog.scielo.org/blog/2015/08/02/mocao-de-repudio-ao-ataque-classista-do-sr-jeffrey-beall-ao-scielo/

6. ALPERIN, J.P.,et al.Acesso aberto na América Latina: um modelo para o resto do mundo [Publicado originalmente no blog da SPARC]. SciELO em Perspectiva. [viewed 16 February 2016]. Available from: https://blog.scielo.org/blog/2015/08/18/acesso-aberto-na-america-latina-um-modelo-para-o-resto-do-mundo-publicado-originalmente-no-blog-da-sparc/

7. LASKAS, J.M. The Doctor the NFL Tried to Silence. The Wall Street Journal. 2015. Available from: http://www.wsj.com/articles/the-doctor-the-nfl-tried-to-silence-1448399061?mod=WSJ_article_EditorsPicks_3

8. LUDWIG, M. War over Monsando gets ugly. Truthout. [viewed16 February 2016]. Available from: http://truth-out.org/archive/component/k2/item/92751:war-over-monsanto-gets-ugly

9. PAGANELLI, A., et al. Glyphosate-Based Herbicides Produce Teratogenic Effects on Vertebrates by Impairing Retinoic Acid Signaling. Chemical Research in Toxicology. 2010, vol. 23, nº 10, pp. 1586–1595. DOI: 10.1021/tx1001749.

10. CARRASCO, A. Teratogenesis by glyphosate based herbicides and other pesticides. Relationship with the retinoic acid pathway. In: GM-Crop Cultivation – Ecological Effects on a Landscape Scale. Frankfurt.2012. Available from: http://www.gmls.eu/beitraege/113_Carrasco.pdf

Referências

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Links externos

Lei de Acesso à Informação – <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm>

UK Freedom of Information Act 2000 – <http://www.legislation.gov.uk/uksi/2001/1637/contents/made>

US Freedom of Information Act – <https://www.law.cornell.edu/uscode/text/5/552>

 

lilianSobre Lilian Nassi-Calò

Lilian Nassi-Calò é química pelo Instituto de Química da USP e doutora em Bioquímica pela mesma instituição, a seguir foi bolsista da Fundação Alexander von Humboldt em Wuerzburg, Alemanha. Após concluir seus estudos, foi docente e pesquisadora no IQ-USP. Trabalhou na iniciativa privada como química industrial e atualmente é Coordenadora de Comunicação Científica na BIREME/OPAS/OMS e colaboradora do SciELO.

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

NASSI-CALÒ, L. Excesso de transparência pode prejudicar a ciência? [online]. SciELO em Perspectiva, 2016 [viewed ]. Available from: https://blog.scielo.org/blog/2016/03/04/excesso-de-transparencia-pode-prejudicar-a-ciencia/

 

2 Thoughts on “Excesso de transparência pode prejudicar a ciência?

  1. Miriam Foresti on March 11, 2016 at 10:39 said:

    Muito bom o seu post, Lilian! Esclarecedor!

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