Por Magali Oliveira Fernandes
Aos participantes do SciELO 15 anos damos uma dica de passeio para saborear São Paulo no sábado ou domingo após a conferência: uma visita ao Mercado Central ou Mercado Municipal Paulistano, que comemora em 2013 seus 80 anos de existência. É um espaço singular e interessante para ser apreciado e fazer sentir de perto o gosto da cultura na cidade paulistana. A exposição em abundância de produtos alimentícios e bebidas as mais variadas no prédio principal e nas adjacências impressiona.
Localizado no Bairro do Brás, Rua Cantareira, n. 306, é ao mesmo tempo um Mercado colorido e movimentado. Há frutas, verduras, queijos, carnes, diversas especiarias, e produtos de toda a ordem.
As pessoas vêm preferencialmente ao Mercado durante a semana. Mas o turismo, em maior número, concentra-se nos finais de semana pelo atrativo do famoso pastel de bacalhau, como também pelos sanduíches muito bem servidos de mortadela, por exemplo: roteiro gastronômico inteiramente popular, sem nenhuma sombra de dúvida!
Comerciantes, clientes, turistas brasileiros e estrangeiros compõem uma paisagem múltipla de vozes e visuais, numa área superior a 12 mil metros quadrados, iluminada pela luz natural que desce das claraboias do mesmo batimento. Somam-se aí no Mercado Central que nos remete ao período da década de 1930 mais de duzentas e cinquenta lojas ou estantes. Um lugar no estilo “neoclássico com temperos góticos”, como disse Carlos Perrone (2000), em São Paulo por dentro. Ao todo, podem-se usufruir, além do comércio e do cardápio, belos cinquenta e cinco vitrais, obra do artista Conrado Sorgenicht, no projeto arquitetônico do escritório Ramos de Azevedo.
Pouca gente sabe, mas, de início, o Mercado Central foi construído com o objetivo de substituir o Mercado Velho, na Rua 25 de Março, onde eram acolhidos, desde 1870, ambulantes da cidade paulistana e de outras regiões que comercializavam de tudo um pouco.
Em sua origem, previam-se, portanto, com a tal mudança do endereço “a conexão com as linhas férreas e a de bonde da época, além do rio Tamanduateí como hidrovia para trazer verduras, legumes e frutas diretamente das hortas e pomares que existiam em suas margens, hoje regiões urbanas e industriais da Grande São Paulo” (Perrone 2000).
Na sua história, outro fato curioso envolvendo esse Mercado Central é que ele serviu para o armazenamento de produtos bem diferentes dos atuais: pólvora, muitas granadas, carabinas foram utilizadas aí como munição para a Revolução Paulista de 1932. E apenas com o fim do Movimento Constitucionalista, já em 1933, é que o Mercado realmente estabilizou-se como tal, mantendo-se ativo ainda nos dias de hoje.
Vale conferir de perto esta nossa recomendação. Um espetáculo real de frutas com sabor de frutas, verduras com o frescor da qualidade, grãos de todos os tipos e cores num mercado que há tanto quase não se vê mais… em clima tradicional, vivo e tão distinto da ambiência das grandes redes de supermercados. Roteiro instigante a saborear em São Paulo!
Referências
PERRONE, C. São Paulo por dentro: um guia panorâmico de arquitetura. São Paulo: Senac, 2000. Mercado central: mercado municipal paulistano.
Como citar este post [ISO 690/2010]:
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