Redes sociais e periodismo científico: desafios aos editores

Jaime L. Benchimol

Jaime L. Benchimol

No v. 40, n. 2, abr./jun. 2014, do periódico “Educação e Pesquisa”, Jaime L. Benchimol, pesquisador titular da Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, e editor científico de História, Ciências, Saúde Manguinhos, com Roberta C. Cerqueira e Camilo Papi publicaram o artigo “Desafios aos editores da área de humanidades no periodismo científico e nas redes sociais: reflexões e experiências¹”que traz à tona reflexões sobre as dificuldades e experiências em se produzir, manter e divulgar um periódico de qualidade. Estratificado com A1 Qualis/Capes, HCS-Manguinhos é publicada trimestralmente, seus artigos são publicados no idioma original (português, inglês, espanhol e francês) e possuem traduções para o inglês. Indexada em índices de destaque nacional e internacional, busca ampliar sua visibilidade e citação.

Em três eixos os autores discutem: 1) os processos de hierarquização e internacionalização dos periódicos brasileiros; 2) as formas de divulgação de conteúdo e avaliação do seu impacto; e, 3) as tendências quantitativas e produtivas que cercam o meio acadêmico. Além disso, abordam as dificuldades para internacionalizar o periódico HCS-Manguinhos e a experiência com o uso das redes sociais. Apresentam questões específicas da pesquisa na área de humanas e ponderam sobre o número de periódicos brasileiros em funcionamento (entre três a quatro mil) em detrimento a quantidade/qualidade e como os órgãos avaliativos e as políticas interferem nesse processo.

Cabe ressaltar que os argumentos levantados neste artigo têm sido alvo de discussões por pesquisadores, entidades, grupos, bases de dados, entre outros, dos rumos e alternativas para que a pesquisa brasileira possa se consolidar no meio internacional. Publicações recentes apontam o crescente número de produções versus o baixo índice de tudo que se publica em nosso país.

Pautado nas discussões apresentadas nesta entrevista, Jaime emite seu ponto de vista aos desafios presentes na gestão, publicação e internacionalização de um periódico e com sua experiência auxilia-nos a compreender como intervir no processo de melhoria.

1. O artigo de sua autoria e da equipe do periódico HCS-Manguinhos apresenta um histórico de avanços e conquistas sistemáticas que são notáveis para um periódico da área de humanas – pela sintonia oportuna da direção e gestão do periódico em resposta aos estímulos e demandas externas dos sistemas de indexação, avaliação e ranqueamento como são o Qualis, o SciELO e os índices internacionais WoS e Scopus –. O texto sinaliza que os estímulos e demandas externas implicaram desafios para a condução do periódico, mas o fato é que HCS-Manguinhos passou a ocupar posição destacada enquanto periódico do Brasil com crescente inserção no fluxo internacional de informação científica. Além da liderança do editor-chefe, quais as características da gestão do HCS-Manguinhos que permitiram e/ou facilitaram a conquista desta posição destacada?

Em termos mais imediatos, essa conquista deve-se ao trabalho de uma equipe dedicada, competente, com ótimo entrosamento. O periódico só tem essa equipe e só pôde reunir os recursos materiais e simbólicos para as inovações que implementou até agora porque está inserida numa instituição pública que, primeiro, valoriza seus periódicos científicos, desde o mais tradicional, as “Memórias do Instituto Cruz”, aos mais recentes; e investe neles, o que muitas instituições não fazem, em geral por miopia administrativa; segundo, por estar HCS-Manguinhos numa instituição biomédica que impõe a suas unidades e equipes uma ‘cultura’ na qual a veiculação de conhecimentos em forma de artigos é muito valorizada. Lembro que, quando foi criada a Casa de Oswaldo Cruz, há 28 anos, os historiadores e cientistas sociais chamados a integrá-la eram muito mais afeitos à produção de livros, estranhavam essa hegemonia do periódico, característica da área biomédica e de outros campos científicos, e que só agora contamina por inteiro a área de humanas. Outro valor a que muito cedo tivemos de aderir foi a tendência já cristalizada na Fiocruz de investir na internacionalização de suas produções. Sua trajetória desde o laboratório fundado em fins do século XIX para produzir soro e vacina contra a peste bubônica mostra que as conquistas institucionais dependeram, desde cedo, da repercussão junto às elites letradas do país de êxitos alcançados em âmbito internacional. Por último, mas não menos importante, está o fato de terem assumido, nos anos 1980, o comando da Fiocruz, intelectuais progressistas que lideravam o chamado movimento sanitarista, responsável pela promulgação da reforma sanitária e do SUS no contexto da redemocratização do país. Eram médicos que muito valorizavam a reflexão histórico-social crítica, e que transformaram a história numa das atividades finalísticas dessa instituição biomédica. Tais fatores, em minha opinião, ajudam a explicar porque pudemos responder consequentemente a tendências conjunturais que se impuseram a toda a comunidade acadêmica brasileira a partir dos anos 1990: as políticas e ações de estímulo à internacionalização da ciência brasileira, com suas faces positiva e danosa… Uso esta última palavra para designar a ideologia produtivista burra, burocrática, que impregna muitas instituições e agências governamentais, com sua fome insaciável por números e sua incapacidade de analisar e promover adequadamente a qualidade.

2. Quais as lições que a condução dessa trajetória do HCS-Manguinhos, merecem ser compartilhadas com os outros periódicos?

Em primeiro lugar, a importância da profissionalização do trabalho editorial. Sou do tempo em que se faziam textos com máquina de escrever e periódicos com mimeógrafo. As engrenagens envolvidas hoje na produção, veiculação, indexação e ‘qualificação’ de um periódico, em condições de navegar num mundo cada vez mais globalizado e competitivo, são cada vez mais complexas, e os editores de minha geração (ultrapassei o marco dos 60 anos) têm (acho eu) dificuldade de acompanhar o ritmo acelerado de mudanças que ocorrem nas tecnologias de informação. Editores e grupos de pesquisa que têm o desejo de criar e manter um bom periódico deparam-se com custos altos, e não estou me referindo apenas aos custos financeiros. É preciso aparelhar-se adequadamente e, tão importante quanto conquistar o apoio das agências de fomento, é convencer os dirigentes das universidades ou instituições de que periódicos científicos são indispensáveis e são custosos e complexos e não podem ser feitas à base de improvisações e do voluntarismo de alguns abnegados. Essa é uma luta que associações profissionais como ANPUH e AMPOCS deviam encampar. Nos orçamentos das instituições de ensino superior, a rubrica ‘publicações científicas’ devia ser muito mais valorizada, e esses recursos tanto podem ser destinados ao custeio de periódicos próprios ou interinstitucionais como ao custeio da publicação de artigos pelos docentes das universidades.

3. Os periódicos do Brasil, não obstante os desafios que representam os critérios de qualificação exigidos pelos sistemas de indexação e avaliação, gozam de total liberdade de gestão editorial. No artigo você e sua equipe defendem que “toda a produção intelectual tem direito a um lugar ao sol, e todo periódico, desde o mais rudimentar boletim estudantil, cumpre papel importante na formação de cada autor e da cultura científica em geral”. Mas, muitos periódicos foram (e continuam sendo) criados para responder ao produtivismo científico e assim a liberdade editorial é impregnada pela endogenia, que o artigo assinala como “prima-irmã do compadrio, traço da identidade brasileira muito forte também no meio acadêmico”. Segundo sua experiência, como os editores-chefes e responsáveis dos periódicos podem e devem lucrar com a liberdade de gestão editorial em prol de uma comunicação científica pautada pela ética e mérito?

Escrevemos no artigo em debate que toda a produção intelectual tem direito a um lugar ao sol e cumpre papel importante, mas isso não quer dizer que não sejam estabelecidas de forma inexorável hierarquias de competências, de know-how e de qualidade. Por isso, vemos de forma crítica a proliferação de periódicos endógenos que recorrem a expedientes mais ou menos oportunistas para ‘dourar’ as ‘pílulas’ de conhecimento que distribuem. Digo que vejo de forma crítica porque, como membro por um tempo do comitê SciELO, incumbido de selecionar periódicos para figurar em seu portal, deparei-me com grande quantidade de periódicos endógenos e paroquiais, com aspirações desarrazoadas para a qualidade do que tinham a oferecer. Para muitas instituições ou comunidades de pesquisa que recorrem a essa estratégia de valorização de seu capital simbólico, muito mais razoável e eficaz seria direcionar suas produções de qualidade para periódicos bem conceituados nas áreas de conhecimento pertinentes, periódicos com condições de dar tratamento e visibilidade muito maiores a esses trabalhos. Grupos e instituições podem negociar isso de várias formas com os editores dos periódicos com os quais tem afinidades programáticas. Isso não significa desmerecer os esforços honestos, feitos com seriedade, daqueles que fundam novos periódicos em condições de prosperar pela qualidade, abrangência ou originalidade do que tem a oferecer.

4. As tecnologias de informação e comunicação contribuem com sucessivas inovações em prol do aperfeiçoamento da comunicação científica desde que a publicação online passou a existir a partir dos anos 90. A disseminação e compartilhamento de informação adquiriram uma nova dimensão com as redes sociais na última década. Entretanto, o artigo científico na sua essência permanece inalterado para a maioria dos periódicos. Ao mesmo tempo, o artigo da equipe do HCS-Manguinhos faz uma ode à versão impressa do periódico? Não parecem extemporâneas as alegações de que a versão impressa é essencial frente a possíveis apagões ou para atender leitores excluídos do acesso à Internet, visto que a frequência que ocorrem e o público que se pretendem proteger é mínimo em relação ao volume de leitores que usufruem na publicação online? Em sua opinião, existirão mudanças nos artigos propriamente ditos?

Sua pergunta me faz lembrar aquele hino entoado à época ditadura militar: “Noventa milhões em ação / Pra frente, Brasil … Todos ligados na mesma emoção/ Tudo é um só coração!…” Lembra? Pois é, a pergunta é feita a um camarada de 60 anos que aprendeu a amar os livros e publicações em papel, e em nome dessa geração e das mais novas, que valorizam ainda o objeto impresso (como valorizam os discos de vinil), eu protesto contra a suposição de que este valor seja ‘extemporâneo’. Não é apenas um sentimento, um afeto, é também um modo de ler, refletir e anotar que não pode prescindir do papel, e que não se pode reproduzir nos suportes eletrônicos. Depois, como historiador, sei que a Manguinhos em papel continuará impávida, por séculos, nas prateleiras das bibliotecas, ao passo que os servidores, as nuvens, os HDs que agasalham as edições digitais têm existência muito mais efêmera. Terceiro, que provas há de que é mínimo o volume de leitores que usufruem da publicação em papel? Você pode dizer que a publicação online tem poder de difusão incomparavelmente maior, e por isso mesmo investimos decididamente nela. Por último, no ponto de vista deste sexagenário, as edições digitais não têm (ainda) a beleza e a praticidade das edições em papel. Pode ser que essa crença venha a perecer junto com quem a enuncia. Quem viver verá. E o papel enfrenta ameaças poderosas, especialmente custo, tempo e espaço. Este é cada vez mais exíguo, e o viajante que vier a se hospedar num tubo de metal, como já acontece no Japão, certamente terá mais vantagem em ler, digamos, a última obra de Benchimol num celular. Custo é uma variável decisiva, e os tempos de vacas gordas, até para HCS-Manguinhos, estão por um fio. Quanto ao tempo, para aqueles que precisam devorar dez Cervantes por dia e mais um monte de notícias e dados, durante viagens em vagões lotados de metrô, entre muitas reuniões durante jornadas nervosas, estressantes, não há dúvida de que as publicações online são um must. Mas HCS-Manguinhos não quer desatender aqueles que prezam ou tem o privilégio de poder virar as páginas de um livro ou periódico, comodamente e sem pressa.

Ok. Meu argumento é caricato. Há pouco virei fã da portabilidade que um tablet permite, da rapidez com que se pode hoje adquirir e baixar um texto ou livro. Fico assombrado com a quantidade de materiais interessantíssimos que se pode obter via internet, mas gosto de ter também à minha volta, sólidas e reconfortantes prateleiras de livros e periódicos. O ideal a meu ver, e na perspectiva ainda de muita gente, é conciliar os suportes. E digo isso consciente de que às vezes a opção pela veiculação online exclusiva pode ser uma saída para muitos periódicos bons que lutam para sobreviver ou para dar os saltos necessários à internacionalização.

5. Os dados apresentados no artigo favorecem o uso das redes sociais e confirmam a experiência de muitos periódicos do exterior. Entretanto, o artigo expressa a necessidade de reorganização da equipe e de recursos para fazer frente à dinâmica acelerada das redes sociais. Quais as mudanças concretas que o HCS-Manguinhos implantou para a operação regular do periódico para atender tanto a avaliação de manuscritos, editoração e publicação dos artigos, quanto às publicações e interações nas redes sociais?

Nosso fluxograma tornou-se mais complexo. Os trabalhos de redação, revisão e versão aumentaram, e consequentemente também os custos. O periódico e as redes sociais têm ritmos, linguagens e públicos muito diferentes. O sujeito pode ser ‘bam-bam-bam’ na feitura ou avaliação de um texto acadêmico e um desastre nos textos ágeis e concisos que um Blog, Facebook ou Twitter exigem. Talvez as gerações mais novas de editores, educadas desde cedo no universo digital, tenham mais facilidade para conciliar tais habilidades. Seja como for, para um periódico, o ingresso nas redes sociais representa custo adicional em termos de força de trabalho e de recursos financeiros, mas se o trabalho for bem feito os resultados compensam largamente. Digo bem feito porque as redes sociais exigem constante atualização de conteúdos. Não vale à pena criar páginas e deixá-las inalteradas por semanas ou dias. O SciELO abriu aos periódicos da área de humanas de sua base a possibilidade de desfrutarem destas novas personas unindo forças. Esse é um caminho. Por outro lado, da mesma forma como se discute hoje a ideia de cobrar dos autores a publicação de seus trabalhos, como já acontece em muitas áreas ou países (um tabu nas humanas), talvez seja o caso de se discutir também as possibilidades que as redes sociais abrem em termos de publicidade e obtenção de recursos (outro tabu).

6. De acordo com o artigo da equipe do HCS-Manguinhos, o processo de gestação e de consumo da pesquisa na área de humanas é diferente das outras áreas. Esta afirmativa está sempre presente no grupo de editores e nas discussões da área. O que fazer para que haja isonomia entre as áreas no processo avaliativo?

Acho que a avaliação deve sempre levar em consideração as peculiaridades de cada área. Esse é o verdadeiro sentido de isonomia.

7. A internacionalização dos periódicos promovida pelo SciELO abrange três aspectos principais. A composição dos corpos editoriais com a participação crescente de editores e pareceristas estrangeiros, o uso predominante do idioma inglês e o aumento de autores com afiliação no exterior. O HCS-Manguinhos possui praticamente todos os pré-requisitos formais para a plena internacionalização – indexação internacional, capacidade de publicação em inglês, capacidade de articulação internacional, etc. Quais são as dificuldades ou barreiras para que o HCS-Manguinhos se posicione como um periódico plenamente internacionalizado.

Acho que já estamos bem encaminhados. É um processo e ele tem seu tempo. A entrada de Marcos Cueto como coeditor científico do periódico, um profissional respeitadíssimo internacionalmente, acelerou a obtenção de pareceristas e autores internacionais. À medida que vamos nos tornando conhecidos fora do país, tende naturalmente a aumentar o número de colaborações vindas de fora. A crise internacional, o crescimento do interesse pelo Brasil nos últimos anos (espero que se mantenha!), os estímulos dados por muitas instituições estrangeiras à publicação em periódicos de acesso aberto favorecem o nosso esforço de internacionalização. HCS-Manguinhos, como outros periódicos da área de humanas, publica textos mais extensos e mais elaborados estilisticamente que os de muitas outras áreas científicas, e o periódico, que já era muito cuidadoso na preparação dos textos na língua vernácula, quer manter esse padrão na língua estrangeira (elegemos o inglês)… Isso dificulta o processo, tanto em termos de custos quanto de qualidade dos profissionais. Estamos com um time muito bom de tradutores, mas não é fácil encontrar bons profissionais. As empresas ou free lancers que dão conta dos textos curtos e muito mais padronizáveis da área biomédica em geral não dão conta dos textos de HCS-Manguinhos. Estou otimista quanto à perspectiva de em breve chegarmos à plena internacionalização tanto do periódico como de suas personas nas redes sociais. Na contramão dos tempos mui modernos, é devagar que se vai ao longe ou, se preferir, a pressa é inimiga da perfeição.

Nota

¹ BENCHIMOL, J. L.; CERQUEIRA, R. C.; PAPI, C. Desafios aos editores da área de humanidades no periodismo científico e nas redes sociais: reflexões e experiências. Educação e Pesquisa. 2014, vol. 40, n. 2, pp. 347-364. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022014000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt&ORIGINALLANG=pt

Referências

BENCHIMOL, J. L.; CERQUEIRA, R. C.; PAPI, C. Desafios aos editores da área de humanidades no periodismo científico e nas redes sociais: reflexões e experiências. Educação e Pesquisa. 2014, vol. 40, n. 2, pp. 347-364. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022014000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt&ORIGINALLANG=pt

PACKER, A. L. A eclosão dos periódicos do Brasil e cenários para o seu porvir. Educação e Pesquisa. 2014, vol. 40, n. 2, pp. 301-323. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022014000200002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt&ORIGINALLANG=pt

REGO, T. C. Produtivismo, pesquisa e comunicação científica: entre o veneno e o remédio. Educação e Pesquisa. 2014, vol. 40, n. 2, pp. 325-346. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022014000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt&ORIGINALLANG=pt

 

Sobre Viviane Gonçalves de Campos

Bibliotecária e mestre em ciência da informação pelas Universidades Federais de Santa Catarina e do Paraná. Atualmente atua como consultora em projetos editoriais incluindo livros, revistas, blogs em âmbito nacional e internacional.

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

CAMPOS, V. G. Redes sociais e periodismo científico: desafios aos editores [online]. SciELO em Perspectiva, 2014 [viewed ]. Available from: https://blog.scielo.org/blog/2014/09/05/redes-sociais-e-periodismo-cientifico-desafios-aos-editores/

 

5 Thoughts on “Redes sociais e periodismo científico: desafios aos editores

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