Por eLife
O novo modelo de publicação da eLife provocou uma discussão vigorosa sobre o papel dos editores na seleção de artigos de pesquisa para publicação. Em outubro, a organização anunciou que está eliminando as decisões de aceitar/rejeitar após a avaliação por pares e, ao invés, irá se concentrar na revisão e avaliação de preprints.
Em apoio, um grupo de nove agências de fomento se comprometeu a incluir preprints avaliados no processo de avaliação, mesmo que não tenham o tradicional selo de aprovação de editores de periódicos. Entre estes apoiadores estão a Fundação Gates, o Howard Hughes Medical Institute (HHMI), a Fundação Knut e Alice Wallenberg e a Wellcome.
Erin O’Shea, Presidente do HHMI, afirma:
Preprints oferecem uma nova oportunidade para a avaliação transparente da pesquisa científica. A adoção da avaliação de preprints como uma prática mais bem estabelecida nos permitirá nos afastar de métricas simples, como fator de impacto de periódicos, na avaliação de pesquisas.
O atual sistema de publicação científica depende de um modelo de avaliação por pares que se concentra em direcionar artigos para periódicos. Estas revisões não são disponibilizadas publicamente, retirando-lhes seu potencial valor para audiências mais amplas e levando comitês a julgar cientistas com base em onde, e não no que publicam. Isso pode afetar as decisões de contratação, financiamento e promoção, e destaca a necessidade de um sistema de avaliação que ajude as organizações de pesquisa e fomento a avaliar os cientistas com base na própria pesquisa e nas avaliações por pares relacionadas.
Pesquisadores em todo o mundo estão tomando medidas para aprimorar a publicação científica e seu lugar na ciência, por exemplo, postando seu trabalho na forma de preprint e defendendo que outros também o façam. Isso lhes dá maior controle sobre seu trabalho e permite que eles comuniquem suas descobertas imediata e amplamente e recebam feedback rapidamente.
Inúmeras iniciativas estão levando isso adiante, reunindo comunidades de especialistas para revisar e selecionar abertamente pesquisas publicadas como preprints, ajudando os leitores a navegar no cenário de preprints e avaliar eles mesmos novas descobertas.
Siv Andersson, diretor de pesquisa básica da Fundação Knut e Alice Wallenberg, diz:
Este movimento representa a tão necessária evolução no processo de publicação científica, com a eLife liderando o caminho a seguir. Apoiamos o novo modelo de publicação da eLife e reconheceremos os preprints revisados da eLife e de outras organizações de publicação confiáveis na avaliação da pesquisa.
Além da eLife, outras organizações envolvidas na avaliação e curadoria de preprints incluem a PREreview – uma plataforma para a revisão colaborativa de preprints; Biophysics Colab – que fornece um serviço de revisão e curadoria de preprints sobre biofísica; e Review Commons – uma plataforma para avaliação por pares independente e de alta qualidade de preprints sobre ciências da vida antes da submissão a um periódico.
Embora significativas, tais iniciativas não são isentas de controvérsias. Ao dissociar o processo de avaliação por pares do periódico, elas desafiam o sistema tradicional de publicação que permaneceu praticamente inalterado desde o século XX. Porém, os servidores de preprint agora estão tornando mais fácil para a comunidade inovar nestas formas e criar algo novo.
Hannah Hope, líder de pesquisa aberta da Wellcome, afirma:
A Wellcome defende o uso de preprints e avaliação por pares pós-publicação na comunicação da pesquisa há mais de cinco anos. A rápida publicação dos resultados da pesquisa que eles permitem fornece evidências mais oportunas durante o processo de avaliação da pesquisa, apoiando os financiadores a fazer investimentos mais impactantes. Incentivamos todas as organizações a atualizar suas políticas e processos para aproveitar as oportunidades que [os preprints] oferecem.
Ashley Farley, Diretor de Programa de Serviços de Conhecimento e Pesquisa da Fundação Gates, acrescenta:
Já estamos vendo autores se beneficiando da inclusão de preprints em solicitações de financiamento e emprego. Agora, gostaríamos que o maior número possível de organizações considerasse os preprints avaliados no processo de avaliação, a partir de agora.
Até agora, as seguintes organizações de fomento e pesquisa comprometeram seu apoio ao reconhecimento de preprints revisados na avaliação da pesquisa. Outros que desejarem se unir a eles, podem fazê-lo entrando em contato com: journal.development@elifesciences.org.
Organizações que apoiam preprints:
- Cambridge University Libraries
- Champalimaud Foundation
- cOAlition S
- Gates Foundation
- Howard Hughes Medical Institute
- Knut and Alice Wallenberg Foundation
- Research Libraries UK
- Tianqiao and Chrissy Chen Institute
- Wellcome
Contato de mídia
Emily Packer
eLife
e.packer@elifesciences.org
+441223855373
George Litchfield
eLife
g.litchfield@elifesciences.org
Sobre eLife
A eLife transforma a comunicação de pesquisa para criar um futuro no qual uma comunidade global diversificada de cientistas e pesquisadores produz resultados abertos e confiáveis para o benefício de todos. Independente, sem fins lucrativos e apoiada por financiadores, melhoramos a forma como a ciência é praticada e compartilhada. Da pesquisa que publicamos às ferramentas que construímos e às pessoas com quem trabalhamos, conquistamos uma reputação de qualidade, integridade e flexibilidade para provocar mudanças reais. A eLife recebe apoio financeiro e orientação estratégica do Howard Hughes Medical Institute, Knut and Alice Wallenberg Foundation, Max Planck Society e Wellcome. Saiba mais na página de Sobre (em inglês).
Artigo original em inglês
Funders support use of reviewed preprints in research assessment
Traduzido do original em inglês por Lilian Nassi-Calò.
Como citar este post [ISO 690/2010]:
Últimos comentários